Investigação

Bolsonaro é intimado a depor em inquérito das joias

Ex-presidente chega ao Brasil nesta quinta-feira

Bolsonaro planejava desfile em carro aberto após chegar ao Brasil
Bolsonaro planejava desfile em carro aberto após chegar ao Brasil |  Foto: Alan Santos/PR
  

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), junto de seu antigo ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cesar Lourena Cid, foram intimados pela Polícia Federal  a depor pelo inquérito que apura os possíveis crimes envolvendo os presentes recebidos das nações árabes. A previsão é que ambos sejam ouvidos na próxima quarta-feira, dia 5 de abril. Bolsonaro retorna ao Brasil nesta quinta-feira (30) após ficar três meses no exterior. 

Outro militar também foi intimado e será ouvido no mesmo dia. Trata-se do coronel Marcelo Costa Câmara, que seria o operador de um gabinete paralelo da inteligência e segurança, servindo o ex-presidente. Ao todo, foram três estojos presenteados pela Arábia Saudita para o governo brasileiro durante o mandato de Bolsonaro como chefe de Estado, entre 2019 e 2022. Todos os pacotes continham joias.

ESQUEMA DE SEGURANÇA 

O voo está programado para desembarcar às 7h10 desta quinta, em Brasília, e o esquema de segurança preparado envolve ao menos 500 policiais e irá fechar a Esplanada dos Ministérios a partir da meia-noite, além de bloquear avenidas próximas ao aeroporto. 

Embora o ex-presidente tenha expressado seu desejo de realizar grandes movimentos nos principais pontos da área central de Brasília, o esquema de segurança desenhado pela Polícia Federal e pela Secretaria de Segurança do Distrito Federal não deve permitir tais ações.

Auxiliares do ex-presidente consideraram a possibilidade de um desfile em carro aberto saindo da Base Aérea de Brasília, mas o trajeto final será definido pela Secretaria de Segurança do DF e pode incluir vias isoladas para evitar o contato com apoiadores. 

OUTROS INQUÉRITOS DAS JOIAS 

O ex-presidente possui, além do inquérito na Polícia Federal, um outro processo correndo no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o mesmo assunto. Além disso, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República está apurando o caso.

De acordo com o depoimento prestado à Polícia Federal (PF) em 14 de março, o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que as joias contidas no estojo feminino foram enviadas "sem direcionamento".

Além disso, o ex-ministro disse que compreendeu ter recebido as encomendas na condição de representante do governo brasileiro e, portanto, acreditava que elas seriam destinadas à administração federal. No entanto ele afirmou que não houve indicação no país do Oriente Médio sobre quem seria o destinatário das joias.

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